Para quem gosta de ler...
Arturzinho se tornou um homem sem escrúpulos e rancoroso, capaz de tudo para conseguir mais dinheiro...
Há 34 anos, em agosto de 1989, o Brasil começava a conhecer
a vida dos habitantes de uma cidade do interior nordestino e de sua
habitante mais ilustre: Tieta. A cidade em questão era Santana do Agreste, um
lugar esquecido entre Aracaju e Salvador, repleto de moradores únicos que
encantou o Brasil durante o período em que esteve no ar. A novela Tieta foi
exibida originalmente entre agosto de 1989 e março de 1990 no horário nobre da
TV Globo.
Tieta, foi uma livre adaptação da obra "Tieta do
Agreste", livro escrito por Jorge Amado em 1977. A novela foi escrita por
Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares, totalizando 196
capítulos, exibidos entre 14 de agosto de 1989 a 31 de março de 1990, quando o
editor deste blog sequer era nascido. Em uma história única, os autores
apresentaram uma trama singular, repleta de humor e situações de uma cidade
esquecida do restante do mundo.
Após muito tempo sem dar rastros, desembarca em Santana do
Agreste já como empresário o Arturzinho – ninguém menos que o filho do coronel
Artur da Tapitanga (Ary Fontoura), que havia sumido há muitos anos, que
pretende montar uma fábrica da empresa multinacional Brastânio, e contagia
diversos outros personagens com a promessa de trazer progresso para Mangue
Seco. Ele esconde os riscos ao meio ambiente que essa empreitada altamente
poluidora pode causar. Usando o falso nome de Mirko Stephano, Arturzinho da Tapitanga (Marcos Paulo) era descrito como um
rapaz ressentido que foi embora há muito tempo da cidade jurando voltar e se
vingar do pai pela morte da mãe.
Arturzinho se tornou um homem sem escrúpulos e rancoroso,
capaz de tudo para conseguir mais dinheiro. Para conseguir o que quer,
Arturzinho chega a seduzir a ingênua Tonha, madrasta e amiga de Tieta, que
chega transformada de São Paulo, depois de anos de privações ao lado do marido,
Zé Esteves, que morre na metade da trama.
Júnior Cascaria – a personificação do mal e do atraso em
Artuzinho
Assim como Artuzinho, o mandatário da cidade de Poção de
Pedras, deputado Júnior Cascaria, um dia arquitetou seu plano de poder para se
vingar da população sofrida de sua cidade natal.
Os mais antigos dizem que, após ficar órfão do pai, Júnior
Cascaria viu-se obrigado a rumar ao estado do Pará em busca de melhorias de
vida, mas sempre aspirando um dia retornar para pôr em prática o projeto de privatização
da cidade a longo prazo.
Quando retornou em 2012, após um tempão desaparecido, elegeu-se
prefeito sob o discurso de que traria muitas oportunidades através de empresas para os jovens e conterrâneos. Pelo contrário, com uma avidez insaciável por
dinheiro, Cascaria arregimentou a administração pública municipal e instalou várias de suas empresas, carros e prédios
particulares para direcionar os recursos dos cofres públicos unicamente ao seu
próprio bolso.
Enquanto que deu cabo ao aparelhamento da máquina pública ao
longo de dois mandatos, nestes últimos 03 anos, através de seu prefeito laranja,
intensificou o desmonte e rombo das finanças públicas. O rapaz do Pará triplicou
seu patrimônio durante esses anos, por meio da ‘galinha dos ovos de ouro’ que para ele se tornou Poção de Pedras.
A situação pela qual Poção de Pedras, no interior do
Maranhão, se encontra hoje, é lamentável. Pois na medida em que prevalece o
escamoteamento dos bens pertencentes ao povo, falta-lhes o básico do básico,
sobretudo, na saúde, infraestrutura e educação. A dignidade dos cidadãos dia após dia segue esvaindo-se, descendo pelo ralo abaixo.
Dizem que Cascaria, quando criança, passou por muitas
privações após a perda do pai. Até parentes próximos desamparou-o. E desde de
que retornou para Poção de Pedras, foi para colocar em ação seu plano de vingança.
A sua vingança está em jogo.
Embora, na novela, Artuzinho teve um triste fim encabeçado pela sua própria sina, com o outro é preciso o povo reagir para liberta-se agora!
Este
é o ano da libertação.